Cantor, compositor e violeiro João Arruda apresenta o show do álbum 'Morada' neste sábado (14) em Campinas
A apresentação será no Centro Cultural Casarão e, no domingo (15), terá a exibição online do documentário musical 'Morada', dirigido por Mário de Almeida, da Maravilha Filmes
O cantor, compositor e violeiro João Arruda apresenta neste sábado (14/12) o show de seu novo álbum “Morada”, às 20 horas, no Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas. O espetáculo terá participações especiais de Levi Ramiro (artesão de violas e diretor musical do álbum, na viola e no violão); Esther Alves (flauta e sanfona) e Renato Tupy (sopros e outros sons).
João Arruda destaca que será um ‘final de semana Morada’ com o show com canções de seu novo álbum autoral intitulado “Morada”, que também é o nome do documentário musical, dirigido por Mário de Almeida, com exibição online neste domingo (15), às 19hs, no Youtube da Maravilha Filmes https://www.youtube.com/@maravilhafilmes
“O repertório do show terá as músicas autorais do novo álbum, com vários parceiros e parceiras, dentre eles Levi Ramiro, Conselho de Paula, João Bá. A apresentação terá participações especialíssimas do Levi Ramiro, que é o diretor musical do álbum e tocará viola e violão, Esther Alves que fez as flautas em duas canções no álbum e tocará também acordeon e Renato Tupy, que é que fez os arranjos de flauta para duas músicas do álbum - Abelha Fazendo Mel e Outono”, detalha Arruda.
Ele destaca ainda que o show-re-encontro’ do violeiro e amigos que participaram do álbum é também uma celebração aos 20 anos do Centro Cultural Casarão, importante espaço que foi palco de muitas experimentações sonoras e encontros ao longo de sua carreira.
Sobre a ideia de gravar o álbum “Morada”, ele conta que surgiu em 2013 após gravar o Ventamoinho. “Só não sabia que ia demorar tanto tempo: 13 anos. Eu sempre gravo as outras pessoas no meu estúdio, não paro nunca. Então durante a pandemia resolvi que precisava me concentrar nisso. Quando fui morar no sítio e tive tempo para plantar e criar, comecei a fazer as duas coisas juntas: criar esse álbum e plantar alguns sistemas agroflorestais na roça onde moro”, explica.
O documentário
Quanto ao documentário Morada, Arruda conta que Mário de Almeida registrava alguns momentos da lida com a terra e encontros musicais desde a chegada do cantor e violeiro na cidade de Caldas, no Sul de Minas Gerais. Almeida e Arruda estreitaram os vínculos, os laços e então Levi Ramiro foi convidado para ajudar nessa produção. “Ele é peça fundamental desse álbum, é uma pessoa que eu me inspiro muito, é uma figura muito importante, faz as minhas violas e eu tenho ele como um querido compadre, um irmão, um amigo, um mestre. Ele topou e no esquema do isolamento, ficamos em quarentena para se encontrar e caminhamos com o projeto. Em 2024 conseguimos aprovar o projeto na Lei Paulo Gustavo de Minas Gerais e obtivemos parte do recurso para a pós-produção do documentário”, comenta.
Arruda fez a mixagem e masterização e Almeida foi o responsável pelos registros de todo processo de gravação do álbum que fugiu do esquema tradicional de estúdio, ou seja, a maioria das músicas foram gravadas ao vivo e geralmente em locais abertos na roça, como na montanha, na beira de rio, no meio da mata, perto da cozinha, na frente de casa, junto com os bichos, com as plantas.
“Foi uma experiência muito linda, emocionante. Quando assisti o documentário, fiquei muito feliz com a costura que o Mário fez, as histórias que ele trouxe para contar dentro desse tema que é a morada, que é a construção da casa, que é a construção do álbum, que é a construção minha mesma, pessoal também. Foi muito emocionante e fiquei muito feliz com a contribuição valiosa do Mário, de fazer essa montagem, pegar e contar as histórias que ele contou, porque eu não vou falar aqui, porque senão vai dar spoiler”.
Por trás das lentes
De acordo com Mário de Almeida, a proposta era fazer um documentário musical que fosse além de um making off do disco, mas que trabalhasse essas questões da vida do João e da forma dele de fazer música. Dessa forma, o foco era retratar a importância da agrofloresta dentro da música de Arruda e levar para um filme. “É uma música muito focada na diversidade, nas nossas raízes e nas formas de estar no mundo, em conexão com a natureza e com as formas de vida, com as quais a gente se relaciona. Isso é o disco dele, isso é o João”, pontua.
E assim a produção foi se transformando. Começou a contar a história do João naquele lugar e o filme foi além de dialogar com as músicas, mas principalmente com as formas de inspiração que geraram essas músicas como as paisagens, as conexões do artista com as pessoas e com os animais daquele lugar e também com a luta em defesa da vida no Vale da Pedra Branca contra exploração predatória da mineração.
“A conexão que ele tem com a comunidade, como com os indígenas que moram naquela região, da aldeia Ibirimã Kiriri do Acré, e com o fazer agroflorestal dele, ou seja, uma vida de agricultor naquele lugar, a realidade de uma pessoa que veio da cidade para viver aquele ambiente de uma outra forma, para viver aquele ambiente como alguém que quis mudar de vida mesmo. Então essas são as inspirações que representam um dos objetivos do documentário”.
O documentário musical Morada foi todo filmado no Vale da Pedra Branca, em Pocinhos do Rio Verde, em Caldas, Minas Gerais, especialmente no sítio Arvoredo onde João Mora, desenvolve sua agrofloresta e mantém seu estúdio. A primeira exibição do longa-metragem foi em 16/11 no Barracão da Tomiko, em Caldas. Após a exibição online neste domingo, a ideia é colocar em festivais.
“Queremos engajar o filme a partir das temáticas que o álbum do João Arruda aborda que são urgentes e essenciais para o Brasil nesse momento, que é o nosso multiculturalismo, a preservação do nosso bioma, da natureza no Brasil, do ser humano e de todas as formas de vida que estão aqui. A obra do João tem essa potência e a intenção de trabalhar a cultura popular como uma forma de defesa e preservação nesse território chamado Brasil”.
Sobre João Arruda: Nascido em Campinas, João Arruda, além de artista é um produtor musical responsável por vários projetos no Centro Cultural Casarão como Arreuní, Casarão das Violas, Circuito Dandô, Encontro de Folias de Reis, Congadas, entre outros. Em 2020 ele mudou-se para um sítio no sul de Minas Gerais onde produz álbuns, trilhas sonoras e realiza plantios, vivências e outras alegrias agroflorestais. É conhecido por seu carisma e inquietude, além de misturar diferentes sonoridades, entrelaçar ritmos de diversas culturas, compondo em parcerias , fazendo poesia e música como forma de regenerar a Terra, e regenerar-se junto com ela.
Sobre a Maravilha Filmes: Produtora audiovisual de São Paulo voltada para a criação de conteúdos sobre música e cultura popular focados na pluralidade das manifestações criativas e artísticas do povo, nas formas de resistência cultural existentes na sociedade e nos mais diversos fenômenos sociomusicais brasileiros, dos tradicionais aos contemporâneos. Nosso trabalho é trazer à tona, por meio do audiovisual, formas de expressão que estão fora dos meios canônicos de difusão.
Serviço:
Show musical Morada com João Arruda
Data: Sábado (14/12)
Horário: às 20h
Local: Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, Campinas
(R. Aracy de Almeida Câmara, 291)
Informações: @joaoarrudatambemg
**Exibição Online do Documentário “Morada”
Data: Domingo (15) às 19h
Youtube: @maravilhafilmes
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