Cine de Quarta no Sesc Consolação: cinema como tecnologia negra

Documentários promovem o debate acerca das manifestações culturais brasileiras a partir das contribuições das populações negras na música, na dança e no cinema.

 


As manifestações culturais brasileiras carregam em sua essência a força e a criatividade das populações negras, cujas contribuições moldaram expressões como a música, a dança e o cinema. Do samba ao axé, dos blocos afro às telas, esses movimentos revelam narrativas de resistência, celebração e identidade. Assim como o Carnaval ocupa as ruas em um espetáculo que mistura tradição e reinvenção, o Cine de Quarta do Sesc Consolação, em março, dá continuidade a essa pulsação cultural ao destacar produções que comemoram e aprofundam a presença negra em diversas linguagens artísticas. Em cada sessão, são exibidas produções que dialogam com questões históricas, culturais e identitárias, ampliando também a reflexão sobre os diferentes olhares que compõem o cinema brasileiro.
 

No dia 12 de março, Axé: Canto do Povo de um Lugar (2017), documentário dirigido por Chico Kertész, percorre a trajetória do axé music, revelando suas origens e os elementos culturais que deram forma a um dos movimentos musicais mais reconhecidos globalmente. Com depoimentos de nomes como Gilberto Gil, Ivete Sangalo e Carlinhos Brown, a obra traça um panorama que vai além da música, explorando as dinâmicas sociais e culturais da Bahia.
 

Em Ôrí, documentário de Raquel Gerber produzido em 1989, são abordados os movimentos negros no Brasil entre 1977 e 1988, tendo como fio condutor a história e a voz de Beatriz Nascimento (1942-1995), historiadora e ativista pelos direitos humanos. Com imagens de arquivo e entrevistas, o filme evidencia a importância dos quilombos na formação da identidade nacional, ao mesmo tempo em que reflete sobre a memória, o tempo e as lutas sociais. A obra será exibida em 19 de março.
 

Com direção de Hilton Lacerda e Lírio Ferreira, Cartola, Música Para os Olhos (2006) traz um ponto de vista sobre o ícone do samba brasileiro, Cartola (1908-1980). Com exibição prevista para o dia 26 de março, o documentário revela sua trajetória desde o jovem operário até o poeta imortalizado pelas suas canções.


Todas as sessões do Cine de Quarta são gratuitas e acontecem às 19h. Os ingressos podem ser retirados no local (Espaço Provisório), com 30 minutos de antecedência.
 

Cartola, Música Para os Olhos - Foto: Divulgação


 

Fique por dentro...


Além das exibições, o Sesc Consolação promove a oficina Sob a Tela Negra: Laboratório de Criação-Improvisação de Trilha Sonora ao Vivo. Ministrada por Joyce Prado e Hever ALVZ, a ação acontecerá entre os dias 13 e 28 de março (Sala Ômega) e busca aproximar o público da criação de trilhas sonoras para o cinema, promovendo uma experiência visual e sonora que culminará numa exibição pública ao final do curso.


As inscrições para o laboratório podem ser feitas a partir de 5 de março, com valores entre R$6 (público geral) e R$20 (credencial plena). A atividade ocorre às quintas-feiras, das 18h30 às 21h30; e no dia 28 de março, no mesmo horário. Indicada para pessoas maiores de 18 anos.

 

Mais informações podem ser obtidas no portal do Sesc Consolação.
 

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Cine de Quarta

 

exibição

12/3. Quarta, 19h.

Axé: Canto do Povo de um Lugar

Dir. Chico Kertész, 2017, Brasil, 107min.

Axé: Canto Do Povo De Um Lugar relata a história de um dos movimentos musicais mais globalizados do mundo, o Axé, originário da Bahia. Mostrando como o ritmo musical carrega em sua essência boa parte de todo o sincretismo musical e cultural baiano, o documentário reúne entrevistas e imagens de arquivo com objetivo de traçar um ponto inicial do nascimento do gênero.

Espaço Provisório.

Grátis. Retirada de ingressos no local, com 30 minutos de antecedência.

Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos.

 

exibição

19/3. Quarta, 19h.

Ôrí

Dir. Raquel Gerber, 1989, Brasil, 91min.

A história dos movimentos negros no Brasil, entre 1977 e 1988, é contada no documentário Ôrí, lançado em 1989 pela cineasta e socióloga Raquel Gerber. Tendo como fio condutor a vida da historiadora e ativista, Beatriz Nascimento, o filme traça um panorama social, político e cultural do país, em busca de uma identidade que contemple também as populações negras, e mostrando a importância dos quilombos na formação da nacionalidade.

Ôrí significa cabeça, um termo de origem Iorubá, povo da África Ocidental, que, por extensão, também designa a consciência negra na sua relação com o tempo, a história e a memória.

Espaço Provisório.

Grátis. Retirada de ingressos no local, com 30 minutos de antecedência.

Livre.

 

exibição

26/3. Quarta, 19h.

Cartola, Música Para os Olhos

Dir. Hilton Lacerda e Lírio Ferreira, 2006, Brasil, 88min.

Esta é a história de Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola - um dos mais importantes compositores da música brasileira de todos os tempos e autor de obras-primas como "O Mundo é um Moinho", "As Rosas Não Falam", entre outras.

Os diretores Lírio Ferreira e Hilton Lacerda mostram a importância de Cartola para a música brasileira, traçando um emocionante painel do autêntico samba de origem e seus principais expoentes. Ao final, o que é visto é um retrato de um homem que renasceu várias vezes.

Espaço Provisório.

Grátis. Retirada de ingressos no local, com 30 minutos de antecedência.

Classificação indicativa: não recomendado para menores de 10 anos.

 

 

Oficina

 

Foto: AFROJAM-SP

 

Sob a Tela Negra: Laboratório de Criação-Improvisação de Trilha Sonora ao Vivo

com Joyce Prado e Hever ALVZ

O laboratório de criação-improvisação de trilha sonora ao vivo para cinema, a partir de uma perspectiva teórico-prático negra, oferece um espaço para experimento visual e sonoro, em que a cena e o improviso se emparelham ao olhar do cineasta, o tom dos músicos e as emoções do público. O curso conta ainda com uma exibição pública como resultado da pesquisa do grupo.

Hever ALVZ é articulador cultural, músico, musicoterapeuta e graduando em Gestão de Negócios e Inovação pela Universidade Belas Artes. Idealizador do Festival AFROMUSIC-SP (2017) e do evento AFROJAM-SP (2018), também promove projetos de rodas de conversa com temáticas sobre a música negra e é curador do projeto "Negras Melodias Show". Na sua trajetória como agente cultural, foi contemplado com o Prêmio Miguel Arcanjo - Categoria Rede e em 2022 recebeu o Prêmio Africa Talks - Nossa Voz, Nossa História por Ativismo e Articulação Cultural Afro-diaspórica Brasileira.

Joyce Prado é diretora, roteirista e fundadora da Oxalá Produções, empresa focada em conteúdos sobre a cultura e comunidade afro-brasileira e diaspórica. Diretora premiada na 44ª Mostra de São Paulo, no Music Video Festival Awards – MVF (2020) e Women's Music Event – WME (2018, 2021 e 2024). Assina roteiro e direção da série The Beat Diáspora (YouTube Originals) e da série Ancestralidades (Arte 1 e Fundação Tide Setubal). É Membra-fundadora da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN).

De 13 a 27/3. Quintas-feiras, das 18h30 às 21h30; 28/3. Sexta-feira, das 18h30 às 21h30.

Inscrições: de 5 (14h) a 18/3

Via app Credencial SescSP e site Central de Relacionamento

Valores: R$20 (inteira), R$10 (meia-entrada), R$6,00 (credencial plena)

Sala Ômega

A partir de 18 anos.

 

 

 

Sesc Consolação

Rua Doutor Vila Nova, 245, São Paulo – SP

Transporte público: Metrô Higienópolis-Mackenzie

Telefone: (11) 3234 3000

Sesc nas redes: /sescconsolacao - Site Sesc Consolação

Horário de funcionamento

Terça a sexta, das 10h às 21h30.

Sábados, das 10h às 20h.

Domingos e feriados, das 10h às 18h.

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