CAIXA CULTURAL SÃO PAULO APRESENTA EXPOSIÇÃO CIDADELA, DA ARTISTA VISUAL PARA AS INFÂNCIAS MARIA EZOU

Instalação interativa convida o público a adentrar uma cidade imaginária, com universos em miniatura que remetem ao tempo das infâncias, do encantamento e da integralidade com a natureza

 

Obras feitas a partir da silhueta da artista abrigam 15 universos fantásticos, com autômatos que dão vida à pequenos objetos imersos em cenário, iluminação, trilha sonora e dramaturgia próprias

Créditos: Mônica Cardim

 

A exposição que integra arte, natureza, cidade e tecnologia, tem expografia voltada à autonomia da criança, com obras no campo de visão dos pequenos

 

“As obras ritualizam o cotidiano e convocam o corpo da criança para o momento presente.

O público adentra um universo analógico, de delicadeza, encantamento e tempo expandido. Elementos sensoriais aguçam os sentidos e autômatos recriam o ritmo da natureza e das meninices. Aos adultos, o convite é experienciar a obra do ponto de vista da criança - em estatura, maravilhamento e curiosidade.” Maria Ezou

 

No dia 07 de março chega à CAIXA Cultural São Paulo, Cidadela, a exposição individual da artista visual Maria Ezou, que convida o público para uma experiência imersiva no universo das infâncias, suas sensações e subjetividades.

 

Cidadela é uma instalação interativa, que materializa uma cidade imaginária e biocêntrica, uma fortaleza onírica onde os seres humanos, seus corpos, as casas e o restante da natureza são partes de um mesmo sistema: harmônico e fantástico.

 

Ao chegar na exposição, o público se depara com um portal de entrada, que se assemelha à uma trama de raízes aéreas de mangue e à silhueta de uma montanha. A estrutura, que leva o nome de “estufa”, tem suportes que guardam pequenos vasos biodegradáveis com matéria orgânica; sementes nativas do bioma original da cidade de São Paulo, a Mata Atlântica, e lápis e papel. Ali o público pode realizar suas primeiras interações com a obra, seja pelo plantio de mudas que serão destinadas à restauração ambiental ou realizando um autorretrato que integrará a galeria de novos “habitantes” da Cidadela.

 

Ao adentrar um pouco mais, descortina-se a cidade formada por 15 “casas-corpos” – esculturas feitas a partir do molde do tronco da própria artista, com diminutas janelas e portas em seu ventre, que dão acesso a minimundos imaginários. No interior de cada “casa-corpo”, o olhar curioso se depara com uma dramaturgia particular, dialogando com um aspecto diferente da infância, interconectado com o fluxo dos corpos e suas distintas emoções, o cotidiano das casas e as dinâmicas da natureza. Para contar cada história, o cenário e objetos, em miniatura, são animados por autômatos mecânicos e eletrônicos, pela transição de luzes e pela trilha sonora individual de cada casa, além de estímulos auditivos como o som das águas, do vento, do pisar na terra e do crepitar do fogo. Cada “casa-corpo” recebe também uma audiodescrição, que promove a acessibilidade.

Créditos: Mônica Cardim
Créditos: Mônica Cardim

 

 

 





 


O fio condutor das obras são as artes têxteis, que Ezou intersecciona com o teatro de animação, a arte eletrônica, o audiovisual, a literatura, as musicalidades e os autômatos artesanais. Ela ainda emprega técnicas auxiliares como marcenaria, serralheria artesanal e colagem e, por fim, as conecta a saberes como mecânica do movimento, arquitetura vernacular, biologia e agroecologia. Assim, Maria tece o enredo que resulta na narrativa maior, o mundo sonhado da Cidadela.

 

Para proporcionar uma experiência plena às crianças, a expografia respeita as dimensões dos pequenos, e os minimundos são localizados na altura do olhar da criança. Para os adultos, o convite é para que experimentem a Cidadela a partir do ponto de vista dos pequenos.

 

A exposição pretende reafirmar o corpo como espaço de autonomia e alteridade e, por isso, cada espectador escolhe sua trilha de visitação, descobrindo, em cada Casa, um universo particular e a temática inerente à infância daquela obra. Compõem a Cidadela as Casas Gestar; Infância; Memória; Amor, Raiva; Empatia; Espera; Afeto; Alegria; Proteção; Desafio; Preguiça; Liberdade; Medo e Tristeza.

 

Em Cidadela, o corpo de Maria Ezou é o corpo do universo. Raízes, corpo, montanha. Mulher-natureza, guiada por mapas, casas e seus interiores - cartografias que apontam para a direção coletiva. Cartógrafa dos afetos, parte das espacialidades e mergulha nas infâncias como um ato político. Onde o caminhar coletivo é o único possível.

 

Hoje as obras de Ezou estão situadas no campo das artes visuais, da performance e da instalação, mas, nos primeiros anos de sua trajetória, produziu muitos trabalhos para o campo das artes cênicas e com teatros de grupo, assim aprendeu e aprimorou seu ofício na lógica da colaboração e coletividade. Em a Cidadela, essa dinâmica segue presente. As obras da exposição têm a concepção e realização individual de Maria Ezou, mas contam com a colaboração de outros artistas e mestres de diferentes ofícios, que, convidados por Maria, trouxeram sua especialidade para o processo de preparação das obras. Entre os 17 convidados estão André Mehmari (produtor e intérprete musical); Heloisa Pires Lima (dramaturgia do movimento); Juliana Notari (dramaturgia do movimento); Mônica Cardim (fotografia artística); Leonardo Martinelli (composição musical); Willian Oliveira (desenvolvimento dos sistemas eletrônicos); Cristina Souto (desenho de luz), entre outros.

 

A exposição, que segue para a CAIXA Cultural Rio de Janeiro e Curitiba na sequência da temporada paulistana, integra o projeto homônimo, Cidadela, que, em diferentes formatos, já passou, desde 2019, por Minas Gerais, Brasília e São Paulo e Fortaleza, somando mais de 31.000 espectadores.

 

Mais informações sobre o Projeto Cidadela: Link

 

Maria Ezou - Artista Visual para as Infâncias

Premiada artista, performer e educadora, Maria Ezou é porta-voz do movimento das artes visuais para as infâncias e trabalha o universo onírico e fantástico contando histórias imersivas e sensoriais. Com Licenciatura em Educação Artística (UNESP), chegou a cursar parte do Bacharelado em Artes Plásticas (FAAP) e tem formação em Cenografia. Em uma infância de liberdade, experimentação e integralidade com a natureza, Maria foi uma criança curiosa e apaixonada pelo funcionamento das coisas, dos corpos, dos fluxos e dos lugares. Encantamentos que se tornaram estruturantes em sua obra. Filha de mãe arquiteta, entrou em contato com a arquitetura vernacular muito cedo e, ainda criança, viajou com a família pela América Latina, quando conheceu as cosmogonias Inca e Maia. O avô lhe transmitiu a paixão pelos autômatos, em seu “incrível quarto de invenções”. A cozinha de sua avó materna foi uma de suas primeiras inspirações para as manualidades artísticas e a máquina de costura, de sua outra avó, daria vida às suas primeiras criações têxteis. Ezou dialoga com o biocentrismo ancestral, de seu país e continente, e é possível identificar, em sua obra, o corpo biocêntrico; as espacialidades e seus fluxos, além do aspecto político. De modo não óbvio, reverencia aspectos culturais comuns aos povos originários do Brasil e da América Latina e revisita saberes desses povos para propor um diálogo das esperanças. A lida com o tecido, entremeada com o fazer artístico - lógica presente em culturas latino-americanas - é um dos exemplos em sua obra. Os campos de atuação de Maria Ezou são as artes visuais, a performance e a instalação, com a presença recorrente de autômatos e objetos sensíveis. Ela respeita os tempos e o corpo expandido e integral das infâncias, por isso desenvolve obras analógicas e na escala das crianças. A artista das infâncias decoloniais, contempla diferentes contextos das infâncias. Entre seus trabalhos estão: Projeto Cidadela [Exposições: Cidadela-Corpo - Sesc Pompeia (2022), Cidadela Fotos - Circulação Minas Gerais, Brasília e São Paulo (2023), Cidadela - CAIXA Cultural Fortaleza, 2023/24]; Quadro bordado “Janelas do Céu"- vencedor do CONTRASTES MAB FAAP (2003); Performance “Fauna InFesta“ - exposição Augusto de Campos, no Sesc Pompéia (2016); Direção de arte dos espetáculos “A Ciranda do Villa“ - indicado aos prêmios FEMSA e Cooperativa Paulista de Teatro; “Os Saltimbancos“, (2008)- indicado ao prêmio FMSA (2008); “O Príncipe Feliz“ premiado pelo 13º Festival Cultura Inglesa (2009); “Grandes Pequeninos" Indicado ao Grammy Latino de Música (2010); “Mário e os Marias“, premiado pelo APCA de Melhor Espetáculo de Rua para Crianças (2012) e “Coágulo” - performance videoarte premiada no RUMOS Itaú Cultural (2021).

 

Ficha técnica

 

Exposição Cidadela

Maria Ezou – Concepção e realização

Colaboradores convidados

Mônica Cardim - Fotografia casa Memória

Heloisa Pires Lima - Dramaturgia do movimento e textos do Site

Juliana Notari - Dramaturgia do movimento e textos do Site

Gabriela Zuquim - Consultoria ambiental

Leonardo Martinelli - Composição musical

André Mehmari - Produção e intérprete musical

Marina Quintanilha - Animação da Casa Memória

Eduardo Salzane - Consultoria de arte mecânica

Willian Oliveira - Desenvolvimento dos sistemas eletrônicos

Cristina Souto - Desenho De Luz

Fábio Luiz Souza Gomes e Joseane Natali Domingos – Serralheria

Rager Luan - Modelagem das peças em fibra de vidro

Alê Noguchi - Modelagem das peças em bambu

Rita De Cassia Martins - Confecção das roupas das Casas

Mônica Cristina Rocha - Confecção casulos

Joana Bertolini De Araújo - Estagiária assistente

Wanessa Costa - Estagiária assistente

 

Itinerância CAIXA Cultural

CAIXA - Realização

Maria Ezou – Idealização e Direção Artística

Débora Bruno – Produção Executiva

Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis” MST – Plantio Estufa

Nany Gottardi - Locomotiva Cultural - Assessoria de Imprensa

Caia Gusmão Ferrer – Equipe educativa | Coordenação

Coralina De Sordi – Equipe educativa

Murilo Yasmin Soares – Equipe educativa

Mônica Cardim - Fotos de Divulgação

Ana Muriel - Artes Gráficas

Laura Corcuera - Assessoria de comunicação

Kelly Gonçalves - Studio Âmago Mkt– Assessoria de redes sociais

Bruno José - Ilustração site

Alves Tegam - Transportadora

Rogerio Gonzaga - Cenotécnico e Montagem

Douglas Campos - Eletricista

 

 

Serviço:

Exposição Cidadela

Local: CAIXA Cultural São Paulo 

EndereçoPraça da Sé, 111 – Centro – próximo à estação Sé do Metrô

Data: de 07 de março a 04 de maio de 2025

Terça a Domingo, das 8h às 19h

Classificação indicativa: livre

Entrada franca  

Agendamentos para grupos e escolas: e-mail

Acessibilidade: A exposição conta com o recurso de audiodescrição e acesso para pessoa com deficiência

Informações: (11) 3321-4400 ou acesse o site

Patrocínio: CAIXA e Governo Federal

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