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Destaque

Barão Vermelho Encontro reúne formação original da banda e conta com Ney Matogrosso nos shows de São Paulo e do Rio de Janeiro

Realizada pela 30e e apresentada pelo Itaú, a turnê rodará o país com Roberto Frejat, Guto Goffi, Mauricio Barros e Dé Palmeira; a pré-venda exclusiva para clientes Itaú inicia no dia 12 de dezembro; e a venda geral começa no dia 15 de dezembro, pelo site da Eventim Quando o jornalista e produtor Ezequiel Neves ouviu a primeira fita do  Barão Vermelho , ele sentenciou: “É rock puro, escrachado e demencial, imperfeito e carnívoro. Trombetas selvagens anunciando o começo de um novo mundo”. Ao emoldurar o sentimento de rebeldia e liberdade dos anos 1980 com a “voz de Cazuza cuspindo fogo em doses avassaladoras” (como bem disse Ezequiel), o grupo revolucionou o cenário musical da época. As canções, com poesia e irreverência, deram conta de se tornar a trilha sonora de um país complexo como o Brasil. E ultrapassaram gerações pela atemporalidade das letras. Agora, começa a turnê  Barão Vermelho Encontro - Pro Mundo Inteiro Acordar  que reúne a formação original do grupo:  ...

Morte do líder da Igreja Católica abala a fé e a saúde emocional de milhões ao redor do mundo

Luto coletivo, insegurança espiritual e projeções emocionais ganham força com a morte do Papa Francisco e o processo de escolha de um novo líder religioso


O Papa Francisco morreu na segunda-feira (21), deixando um vazio espiritual profundo e um turbilhão emocional entre mais de um bilhão de católicos em todo o mundo. A perda do líder da Igreja Católica não é apenas um marco religioso — ela ativa processos psicológicos complexos que envolvem luto coletivo, insegurança sobre o futuro da fé e uma intensa reorganização interna entre os fiéis.
 
Segundo a psicóloga Êdela Nicoletti, diretora da DBT Brasil e especialista em traumas, a morte do Papa mobiliza uma dor profunda, muitas vezes comparável à de um familiar. “A figura papal é quase arquetípica. Ele representa estabilidade, autoridade moral, referência afetiva e espiritual. Quando esse pilar some, muitos fiéis sentem como se Deus estivesse mais distante”, explica. “É uma dor que atravessa fronteiras e se transforma em memória coletiva.”
 
O impacto psíquico é ainda mais acentuado em pessoas que projetam no Papa suas expectativas de proteção espiritual e consolo existencial. “Perder essa figura é perder o elo com uma promessa de salvação. Não é só o homem que morre, é a simbologia de um mundo organizado pela fé que entra em suspensão”, afirma Vinícius Dornelles, mestre em psicologia com foco em cognição humana e também diretor da DBT Brasil.
 
Em países de maioria católica como o Brasil, México, Filipinas e Itália, já se observam manifestações emocionais intensas. “A morte do Papa pode reabrir feridas antigas. A sensação de desamparo e desorientação pode ser gatilho para quem já enfrentou perdas importantes ou vivências de abandono religioso”, explica Êdela.
 
A escolha de um novo líder, que ocorrerá nos próximos dias por meio do Conclave, também ativa uma montanha-russa emocional. “É um momento de ambivalência. As pessoas oscilam entre a esperança de renovação e o medo do desconhecido”, diz Vinícius. “É como um luto com expectativa de renascimento. Mas nem sempre essa transição é suave.”
 
Rituais como o velório papal e a fumaça branca que anuncia o novo pontífice têm um papel central no acolhimento psicológico coletivo. “Esses ritos ajudam a organizar o caos interno. Eles oferecem um senso de continuidade e pertencimento. A tradição tem um papel terapêutico e regulador para a comunidade”, afirma Êdela.
 
No entanto, caso o novo Papa traga posturas que desafiem expectativas — sejam elas conservadoras ou progressistas —, especialistas alertam para possíveis fraturas emocionais entre grupos de fiéis. “Quando a identidade religiosa se sente ameaçada, surgem sentimentos de desorientação e até de crise existencial”, observa Vinícius.
 
A recomendação dos psicólogos é que os católicos atravessem esse momento com consciência e apoio. “A espiritualidade é uma força de sustentação. Mas quando abalada, precisa ser acolhida, não reprimida. Viver o luto com apoio emocional é também uma forma de crescer e se reconectar com a própria fé”, conclui Êdela.

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