O papel do intestino no sucesso e nas complicações da bariátrica
Especialistas explicam como a saúde intestinal explica os resultados da bariátrica, do sucesso de Jojo Todynho às complicações de Faustão.
Nunca se falou tanto sobre a importância da saúde intestinal. A recente perda da cantora Preta Gil, vítima de câncer colorretal, trouxe à tona a urgência de discutirmos o papel do intestino em nossa saúde. Mas a relevância do órgão vai além da prevenção de doenças: ele também é decisivo no sucesso ou nas complicações de procedimentos como a cirurgia bariátrica, cada vez mais procurada por pacientes que buscam emagrecimento e melhora da qualidade de vida. Alterações na microbiota, absorção de nutrientes e equilíbrio metabólico podem definir se os resultados serão duradouros ou se surgirão efeitos adversos, tornando o acompanhamento nutricional e intestinal um pilar essencial para quem passa pelo procedimento.
Casos recentes de celebridades ilustram bem esse contraste. Jojo Todynho eliminou 85 quilos em dois anos e hoje exibe um corpo enxuto, com sinais de disciplina alimentar e acompanhamento profissional. Já Faustão, que também passou pela bariátrica, enfrentou complicações e problemas de saúde que chamaram a atenção do público. Para especialistas, essa diferença está diretamente ligada ao cuidado com a alimentação, a reposição de nutrientes e a atenção ao funcionamento intestinal no pós-operatório.
Segundo o Ministério da Saúde, pacientes bariátricos precisam de acompanhamento nutricional por toda a vida para evitar deficiências graves. Alterações na microbiota são comuns: pesquisas mostram redução de bactérias benéficas como Firmicutes e aumento de Bacteroidetes, associadas a processos inflamatórios. Essa mudança pode comprometer tanto o metabolismo quanto a absorção de nutrientes essenciais, gerando sintomas como diarreia, constipação e até reganho de peso após cerca de dois anos.
Estudos revisados pela Sociedade Brasileira de Nutrição e Metabologia e pela OMS apontam ainda que o uso de probióticos podem auxiliar no equilíbrio da flora intestinal, reduz sintomas gastrointestinais e contribui para a manutenção da perda de peso. Já a ingestão adequada de vitaminas e minerais como ferro, cálcio, vitamina D e B12 é indispensável para prevenir quadros de anemia, osteopenia e perda de massa magra.
Para a nutricionista e especialista em saúde intestinal Michelle Lucas, o segredo está no equilíbrio e na personalização da dieta: “O intestino é o verdadeiro maestro do pós-bariátrico. Quanto mais saudável e equilibrada for a microbiota, maiores as chances de manter os resultados da cirurgia sem comprometer a saúde. Não adianta operar se não houver mudança de hábitos”, afirma.
Entre as estratégias nutricionais, Michelle recomenda priorizar proteínas magras, vegetais, frutas, fibras solúveis e insolúveis, além de inserir alimentos prebióticos e probióticos, sempre respeitando a tolerância individual. Beber água é fundamental, além do consumo de sementes trituradas e grãos, podem ser aliados, desde que usados com cautela e sob orientação de um profissional.
Sobre a Dra. Michelle
Nutricionista, escritora e influencer com mais de 395 mil seguidores. Especialista em saúde intestinal e alimentação funcional, ficou conhecida por traduzir ciência com afeto e bom humor. Criadora do protocolo RIC – Rotina Intestino Clube, lança em breve seu primeiro livro físico pela Editora Planeta: “Livre, leve e solto – Faça cocô bonito todos os dias e seja mais feliz”.

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